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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Clareamento


O processo de clareamento é um procedimento de restauro aplicado em obras de arte cujo suporte é o papel, como gravuras e desenhos.
O processo de clareamento não implica em deixar o papel "branco", mas deixá-lo limpo.
O clareamento é realizado com produtos químicos quando encontramos o papel amarelado, com presença de sujeiras, fungos, foxing, etc...




 Gravura da artista Leda Catunda.
 Antes do procedimento de clareamento.
Gravura após Clareamento químico.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Restauração de pintura - tinta acrílica sobre tela

O estado de conservação de uma obra de arte depende de fatores provocados pelo seu desgaste natural e também por fatores extrínsecos como manuseio inadequado, umidade, iluminação, poluentes, agentes biológicos,  acondicionamento e acidentes  que desencadeiam e aceleram a degradação das obras.
Esta tela do artista Rogério Degaki, pintada com tinta acrilica apresentava um sério dano  causado por umidade, uma mancha mais acentuada no lado esquerdo (QSE).

Detalhe dos danos causados por infiltração de água

Obra restaurada - Artista Rogério Degaki - 1998


Procedimentos de restauro realizados:

Higienização com trincha
Limpeza com detergente neutro diluído em água
Aplicação de fungicida no verso
Reintegração cromática com aquarela

Conservação e Restauração de gravura de Alfredo Volpi



O artista Alfredo Volpi, nasceu em Lucca na Itália em 14 de abril de 1896, viveu no Brasil e morreu em 1988. Suas obras foram dominadas pelo estilo abstrato geométrico. As formas geométricas e as trocas cromáticas começaram nos anos 70.
Suas bandeirinhas multicoloridas tornaram-se sua marca registrada.


Procedimentos de restauro realizados na gravura:

Higienização a seco com trincha
Limpeza com pó de borracha 
Clareamento químico pontual
Desacidificação por aspersão
Obturação das perdas
Planificação com vapor e pesos
Reintegração cromática das pequenas perdas














sábado, 28 de novembro de 2015

"Análise científica de uma cerâmica Chimu"- Adriana Vera Duarte.

Coleção particular de Manuel Julio Vera


Este trabalho foi apresentado por mim em 25/11/15 na conclusão da Disciplina de mestrado: Física aplicada ao estudo do Patrimônio Cultural: Métodos e Técnicas, ministrado pela Física Prof. Dra. Marcia Rizzutto, no MAE-USP. 

                   
Adriana Vera no IF_USP
Síntese: 

Os estudos arqueométricos contribuem para o conhecimento de especificidades da tecnologia empregada na fabricação de artefatos e dos agentes sociais envolvidos para o conhecimento da sociedade que os produziu, através de investigações como: caracterização de objetos de um determinado grupo social, caracterização da matéria-prima empregada, análises macroscópicas, diferenciação dos estilos precedentes, origem do material, técnicas usadas no processo de fabricação dentre outros.

O objetivo deste estudo específico é a caracterização de um artefato cerâmico supostamente original da cultura Chimu, de propriedade de um colecionador particular e o levantamento de indícios que comprovem sua originalidade.
 
A cultura pré-colombiana Chimu desenvolveu-se do séc. XII ao séc. XIV, na costa norte do Perú. Foi um povo muito desenvolvido na Arquitetura, Agricultura e Metalurgia. A cerâmica teve um papel importantíssimo, como nas outras culturas pré-colombianas andinas, que não desenvolveram a escrita e utilizaram-se da cerâmica como suporte para registro de sua vida.
A grande característica da cerâmica Chimu foi o aperfeiçoamento das técnicas de moldagem que propiciaram a produção em larga escala.




A técnica de Radiografia por Raio X é utilizada para o estudo da estrutura interna da peça. No filme, os materiais mais densos apresentam coloração mais clara.
™É extremamente útil para a definição do processo de manufatura, (modelagem, moldagem, acordelamento, estampagem, texturização) e visualização da Granulometria (tamanho dos grãos), dos temperos ou antiplásticos e sua distribuição na pasta cerâmica.


A técnica de Fluorescência de RX para identificação dos elementos químicos presentes na pasta cerâmica e na superfície:



Os resultados da análise por FRX, apresentam-se em espectros, indicando os elementos químicos identificados no ponto medido:


Os aspectos morfológicos e iconográficos em conjunto com os resultados das análises físico-químicas realizadas na "vasilha Chimu" formam um conjunto de informações que correspondem às características de uma cerâmica proveniente da cultura Chimu conforme consta na literatura e nos estudos de coleções já realizadas.
É importante utilizar técnicas de datação para resultados contundentes da originalidade.



sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Reintegração de cerâmica arqueológica  "moche" ou "mochica"- Laboratório Tumbas Reales de Sipan - Perú - Julho-2015


Conservacão e Restauração de cerâmica arqueológica  "Moche" ou "Mochica" no Laboratório de Restauro do Museu Tumbas Reales de Sipan - Lambayeque-Perú. Julho-2015

Trata-se de uma "Vasija globular" encontrada na Tumba 8 de Sipan.

Adriana Vera Duarte - Julho/2015 - Laboratório do Museu Tumbas Reales de Sipan - Lambayeque - Perú

Balão para suporte da reintegração em gesso.
Reintegração com gesso

Cerâmica reintegrada
 



Nivelamento com bisturi
Reintegração pictórica com guache




segunda-feira, 27 de julho de 2015

Restauração de cerâmica "Moche"ou "Mochica" no laboratório de restauro do Museu Tumbas Reales de Sipan  em Lambayeque no Perú. Julho-2015.

Os Conservadores do Laboratório do Museu são especialistas em Conservação e Restauro de cerâmica arqueológica.
Esses fragmentos foram identificados pelos arqueólogos como uma "Olla", da tumba 8 de Sipan.

Processo de Restauração da cerâmica:


Consolidação dos fragmentos   -   Adriana Vera Duarte

Fragmentos de cerâmica















    
                                                                   


Após a limpeza mecânica, para retirada de terra, carbonatos e outros, é feito um processo de desalinização, submergindo os fragmentos em água destilada. O processo deve ser repetido, se necessário, após teste com nitrato de prata.

Reforço estrutural para estabilização da peça
Nivelamento com bisturi

Reforço estrutural

Limpeza com água destilada para retirada de resíduos de gesso

Secagem 


Adriana Vera Duarte  e Visitantes do museu

Peça embalada em papel de seda









sexta-feira, 24 de julho de 2015

Cerâmica "Mochica"- Norte do Perú

Dentre outras especialidades, os "Mochicas" foram também grandes ceramistas, desenvolveram um alto grau de qualidade e técnica, deixando registrado em suas cerâmicas, sua vida cotidiana, seus costumes, doenças, vida sexual, rostos e expressões conhecido como Huacos retratos, etc... Constituindo assim um valioso registro desta cultura fascinante pré-colombiana.






Huaco Retrato
Cerâmica simples da Tumba 8 de Sipan, usadas para oferendas.
Huaco retrato Mochica





quarta-feira, 22 de julho de 2015

Laboratório de Conservação e Restauro do Museu Tumbas Reales de Sipan - Lambayeque -Perú.
 
Faz parte do Complexo do Museu Tumbas Reales de Sipan um Laboratório de Conservação e Restauração, que desde 1987, com o descobrimento da Tumba do Senhor de Sipan vem desenvolvendo um excelente trabalho de Conservação e Restauro não só das peças de Sipan mas também de apoio a diversos outros projetos arqueológicos da região como, "Tumba del Señor de Ucupe", Complexo arqueológico de Chotuna, El Triunfo, etc...

A formação do Laboratório de Restauro, se deu inicialmente através de um convênio de cooperação com o Museu Central Romano-Germanico de Maiz-Alemanha além de outras Instituições internacionais e peruanas, incluindo a  excelente capacitação da equipe de restauradores peruanos.

Metalurgia "Mochica":

Os "Mochicas"ou "Moches" dominaram a metalurgia desenvolvendo por exemplo a técnica de douramento com uma fina camada de ouro sobre o cobre.

Restauro de Metais arqueológicos:

Dentre outros procedimentos, a Conservação e Restauro de metais arqueológicos é uma especialidade dominada pela equipe de restauradores de Sipan, devido inclusive pela grande quantidade de peças arqueológicas em metal encontrados no Norte do Perú, em ouro, prata, cobre dourado e prateado.

Diversos profissionais de vários países visitam o Laboratório para intercâmbio de experiências na área.

No mês de julho de 2015 realizei com a orientação dos restauradores peruanos, no Laboratório de Conservação do Museu Tumbas Reales de Sipan, o restauro de uma peça arqueológica, um pingente em cobre prateado, proveniente de um sítio arqueológica da região (Proyeto Dos Cabeças):


Retirada das encrustações com bisturi.
"Pingente" totalmente oxidado com encrustações.






   
Rebaixamento dos relevos com Dremel.
Adriana Vera Duarte

Colocação de gaze sintética para melhor estabilização da peça frágil. Com Paraloid B72.

    
Limpeza mecânica




Retirada de uma pequena parte de "cuprita" com bisturí e  microscópio, para deixar como testemunho.


A "Cuprita"é uma oxidação que ocorre nas peças arqueológicas de cobre formando uma camada marrom. Para alcançar o núcleo metálico da peça, é necessário retirar a "cuprita" com bisturi e microscópio. Um trabalho minucioso que dependendo do tamanho da peça, pode demorar muitos dias de trabalho.

Aplicação de BTA (Benzotriazol) diluído.
Adriana Vera Duarte

Aplicação de Paraloid B72 diluída

Peça restaurada
Peça embalada em papel de seda



"Huaca de la Luna y del Sol" - Norte do Perú - Julho/2015



Julho de 2015 - Huaca de la Luna
Huaca de la Luna



"La Huaca de la Luna" localizado perto da cidade de Trujillo no Norte do Perú, é um monumental templo da cultura Mochica, que se desenvolveu desde os anos 50 dc até 700 dc aproximadamente.







Murais da "Huaca de la Luna"

Murais





quarta-feira, 15 de julho de 2015


O Museu Tumbas Reales de Sipan, localizado na cidade de Lambayeque no norte do Perú, abriga um verdadeiro tesouro arqueológico Mochica,  uma das mais importantes culturas  da América Pré-colombiana, descoberto em 1987 pelo arqueólogo Dr. Walter Alva. 
O “Señor de Sipan”, foi um dos governantes da cultura "Moche" ou "Mochica", cultura  que se desenvolveu aproximadamente do ano 100 dc a 700 dc..
Foi enterrado com suntuosas vestimentas e aproximadamente 400 jóias em de ouro, prata, cobre dourado e  pedras semi-preciosas.
O  museu abriga mais de 2000 peças em ouro, múmias e adornos de todo tipo.
Museo Tumbas Reales de Sipan
A suntuosidade do Museu é algo impressionante.

 
Impressionante reconstituição da Tumba do Senhor de Sipan no interior do museu.
Interior do Museo Tumbas Reales de Sipan